Festival Palco Giratório começa nesta terça (1º/08)

O grupo Parlapatões, de São Paulo, abre com circo o 14º Festival Palco Giratório Sesc, em Florianópolis, no dia 1º de agosto (terça-feira), às 20h, no Teatro Ademir Rosa (CIC). A companhia apresenta o espetáculo “Os Mequetrefe”, sobre quatro palhaços que vivem a jornada de um longo e divertido dia. A programação do Festival segue até 31 de agosto, com apresentações gratuitas de 27 espetáculos de teatro adulto e infantil, teatro de rua, dança, circo, performances e intervenções urbanas, de 12 estados brasileiros (BA, CE, DF, MG, MT, PR, RJ, RN, RO, RS, SC e SP), duas oficinas, uma aula-espetáculo e “Seminário Palco Giratório 20 anos”.

Durante o evento, as 20 companhias selecionadas para a circulação nacional do Palco Giratório e grupos convidados se apresentam em diferentes locais: no Teatro do Sesc Prainha, no Teatro Ademir Rosa (Centro Integrado de Cultura – CIC), no Teatro Álvaro de Carvalho (TAC), no circo da Dona Bilica, na Arena Ceart / Udesc e em espaços públicos. Os ingressos gratuitos são distribuídos 1 hora antes do início de cada espetáculo, no local do evento e o espaço está sujeito à lotação.

Assim como na abertura, a primeira semana do evento traz uma programação voltada à linguagem circense. “Parlapatões Clássicos do Circo”, leva ao TAC, no dia 02/08 (quarta-feira), às 20h, alguns dos mais divertidos números cômicos e circenses e diversos espetáculos da trajetória de 20 do grupo. “La Conquista”, do Dale Circo apresenta o universo do palhaço refletido na dupla Pituca da Rosa e O Chico, no dia 03/08 (quinta-feira), às 20h, no Teatro Sesc Prainha. O grupo Fuzuê, do Ceará, encena “Palafita”, espetáculo de dança com técnicas circenses e de acrobacias, que trabalham o equilíbrio por meio do contato entre os corpos, no dia 04/08 (sexta-feira), às 20h, no TAC, com classificação etária de 12 anos. Domingo, 06/08, o Coletivo Na Esquina, de Minas Gerais apresenta o espetáculo “Na esquina”, no Circo da Dona Bilica, às 20h, com performances simultâneas que entram em jogo em inter-relações com o mastro chinês, o trapézio fixo, a lira, o malabares, a acrobacia de solo e o mão-a-mão.

Em 2017, o circuito nacional Palco Giratório, completa 20 anos de existência e presta homenagem à “Tribo de Atuadores Oi Nóis Aqui Traveiz” (RS), que estreia seu mais novo espetáculo – “Caliban – A Tempestade de Augusto Boal” – no circuito. A montagem é um trabalho de rua que celebra os 39 anos do coletivo, um dos mais relevantes do país. A apresentação encerra Festival Palco Giratório, no dia 31 de agosto, às 15h, na Praça Tancredo Neves, próxima ao Sesc em Florianópolis (Prainha).

Neste ano, o Palco Giratório também abre um importante espaço para as performances. O Festival em Florianópolis recebe a intervenção “Maiêutica”, com Raquel Mützenberg (MT), no dia 03/08 (quinta-feira), às 12h, no centro, com um corpo-matéria que se deixa dividir e multiplicar pelas subjetividades femininas. A dança-instalação “DNA de DAN”, de Maikon K (PR) será apresentada no dia 08/08 (terça-feira), às 20h, na Arena CEART/UDESC, com classificação etária de 16 anos. A performance acontece dentro de um ambiente inflável transparente, criado pelo artista Fernando Rosenbaum, proporcionando ao público uma experiência de imersão. No dia 11/08 (sexta-feira), a intervenção “Dilúvio MA”, com ECOPOÉTICA: Arte e Sustentabilidade em Intervenções Urbanas (RS) será apresentada às 17h, no centro da cidade. A ação transcorre com os performers no interior de uma rede cheia de lixo e chama atenção para a responsabilidade com tudo aquilo que descartamos e para a urgência no tratamento de questões ambientais e sanitárias que deveriam ser prioritárias à saúde urbana.

“O Palco Giratório é um projeto referencial para as artes cênicas brasileiras. Através dele o Sesc mostra parte da diversidade estética e cultural do país através de espetáculos de teatro, dança e circo advindos de todas as regiões, sejam da capital ou do interior. Nesses 20 anos de existência, o projeto se solidificou não apenas pela circulação de apresentações artísticas, mas por abrir espaço de pensamento, reflexão, troca e, muitas vezes, por espelhar as nossas realidades e os acontecimentos da sociedade atual”, declara a gerente da Cultura do Sesc em Santa Catarina, Maria Teresa Piccoli.

AÇÕES FORMATIVAS E OFICINAS

No dia 05/08 (sábado), haverá uma “Aula-espetáculo” gratuita com os Parlapatões (SP), das 16h às 20h, no Teatro Sesc Prainha. Será uma demonstração do processo de trabalho do grupo, que revelará o seu enfoque na utilização das técnicas circenses e dos elementos do teatro de rua para a elaboração de seus espetáculos.

Na programação formativa o Festival promove o evento “Cena em Questão”, no dia 07/08 (segunda-feira), às 20h, no Teatro Sesc Prainha. Trata-se de um encontro com o crítico Valmir Santos idealizador e crítico do Teatro Jornal (SP), que propõe um diálogo sobre as funções da crítica de arte hoje fazendo uma interface com a cena local.

A bailarina carioca Denise Stutz ministra no dia 08 de agosto (terça-feira), das 13h às 19h, no Sesc, a Oficina “Corpo Presente”. O objetivo é ampliar a consciência do corpo e a partir desta consciência tentar entender e criar o sentido ao movimento no tempo e no espaço. As inscrições estão abertas no espaço Relacionamento com Clientes do Sesc em Florianópolis (Prainha), ao valor de R$ 15,00 (comerciários e dependentes) e R$ 30,00 (usuários).

Também haverá o “Seminário Palco Giratório 20 anos”, nos dias 25 e 26/08, no Sesc, com a proposta de trazer discussões sobre as novas estratégias de sustentabilidade da cultura. São quatro mesas, às 10h e 14h, com os temas “Formas de financiamento alternativo e colaborativo para projetos culturais”; “Sustentabilidade financeira da cultura”; “O papel do agente cultural e o diálogo com seu entorno”; e “20 anos de Palco Giratório”. As inscrições gratuitas estão abertas no espaço Relacionamento com Clientes do Sesc em Florianópolis (Prainha).

O Workshop “Vivência com a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz ”, com Tânia Farias e Paulo Flores (Porto Alegre/RS), acontece no dia 30/08 (quarta-feira), das 14h às 18h, no Sesc. A atividade consiste em um encontro coordenado pelos atuadores do grupo, que investiga o movimento e a voz para a ampliação do corpo do ator e a ocupação do espaço teatral. As inscrições estão abertas no espaço Relacionamento com Clientes do Sesc em Florianópolis (Prainha), ao valor de R$ 15,00 (comerciários e dependentes) e R$ 30,00 (usuários)

DUAS DÉCADAS: O PALCO GIRATÓRIO EM NÚMEROS

Reconhecido como uma das maiores iniciativas no segmento de artes cênicas do país, o Palco Giratório é uma rede de intercâmbio e difusão das artes cênicas consolidada no cenário cultural brasileiro. Ao longo de 19 edições, levou uma grande variedade de gêneros e linguagens artísticas para um público diversificado em 9.526 apresentações em todo o país, entre grupos de teatro de rua, circo, dança entre outras linguagens artísticas — em instalações do Sesc, praças e outros espaços urbanos.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA 14º FESTIVAL PALCO GIRATÓRIO EM FLORIANÓPOLIS:
Pode ser consultada em http://www.sesc-sc.com.br/palcogiratorio/

Abaixo selecionamos os espetáculos infantis ou com classificação livre:

*Programação sujeita a alteração.
* Os ingressos gratuitos são distribuídos 1 hora antes de cada apresentação, no local do evento.
* Espaços sujeitos à lotação.

01/08 (ter), às 20h, no Teatro Ademir Rosa (CIC): Espetáculo “Os Mequetrefe”, com Parlapatões (São Paulo/SP)
Sinopse: Em “Os Mequetrefe” quatro palhaços que, não por acaso, se chamam Dias, vivem a jornada de um longo e divertido dia. Do despertar à hora de ir dormir, revelam como a desconstrução da lógica cotidiana pode abrir espaço para outras maneiras de encarar a vida. Vivendo situações bem comuns esses cidadãos nada comuns provocam uma série de confusões tão hilárias quanto poéticas. Da maneira como acordam, passando pelo jeito como se vestem para ir trabalhar, eles encaram essa aventura através do dia de maneira cômica. Depois de acordar, os Dias pegam o ônibus, que irá se transformar em tudo que pode levar gente, seja navio ou trem, para simplesmente irem ao trabalho, e assim manipulam objetos de cena de maneira lúdica, sempre carregados de um humor provocativo. Gênero: Comédia. (60min)
Classificação etária: Livre

02/08 (qua), às 20h, no Teatro Álvaro de Carvalho (TAC): Espetáculo “Parlapatões Clássicos do Circo”, com Parlapatões (São Paulo/SP)
Sinopse: O espetáculo “Parlapatões Clássicos do Circo” reúne alguns dos mais divertidos números cômicos e circenses de diversos espetáculos da trajetória dos Parlapatões. Um grande show de variedades que festeja o repertório do grupo em números para crianças, mas que também divertem os adultos. Durante os seus 60 minutos de alegria, os quatro palhaços passam das mais clássicas reprises aos números mais inovadores em sua linguagem. (60min)
Classificação etária: Livre

03/08 (qui), às 12h, no Centro de Florianópolis: Espetáculo “Maiêutica”, com Raquel Mützenberg (Cuiabá/MT)
Sinopse: “Maiêutica” é um partejar de ideias. Ideias que compõem um corpo-matéria que se dobra e desdobra, atualiza e condensa as fisicalidades e a plasticidade de seres em cena. O corpo é recurso material e plástico que se deixa dividir ou multiplicar pelas subjetividades femininas: a capacidade de renascer, de se re-parir. O processo “Maiêutica” é uma tentativa de “re-parir-se”, de renascer de si mesma. O material cênico foi coletado a partir do contato com gestantes, parturientes, doulas, notícias jornalísticas e discussões de grupos sobre parto humanizado, violência obstétrica e misoginia. A investigação iniciou como uma pesquisa acadêmica e se desdobrou em intercâmbios com artistas de distintas áreas, prevalecendo o diálogo interdisciplinar durante sua construção. Gênero: Intervenção Urbana, Performance e Formas Animadas. (30min)
Classificação etária: Livre

03/08 (qui), às 20h, no Teatro Sesc Prainha: Espetáculo “La Conquista”, com Dale Circo (Florianópolis/SC)
Sinopse: “La Conquista” apresenta o universo do palhaço refletido na dupla Pituca da Rosa e O Chico. Ela, sedutora, perigosa, doce, terna, louca, atrevida e brincante. Ele, honesto, puro, sonhador e direto. O que une esses dois é o amor ao ofício do palhaço como forma de viver e estar: a comicidade como transmissão do bom e do mal, a leveza de se olhar o ser humano com a janela do ridículo. Com uma comunicação direta divertem e assombram com habilidades circenses. Utilizam malabarismo em dupla, mágica, acrobacias, esquetes clássicos e autorais para a criação da sua arte chistosa. (50min)
Classificação etária: Livre

06/08 (dom), às 20h, no Circo da Dona Bilica: Espetáculo “Na Esquina”, com Coletivo Na Esquina (Belo Horizonte/MG)
Sinopse: Na esquina, via cruzada de caminhos que buscam por outros. Ciclos e repetições simultâneas entram em jogo em inter-relações diversas : o mastro chinês, o trapézio fixo, a lira, o malabares, a acrobacia de solo e o mão-a-mão. Sobreposições, erros, linhas que se cruzam, para construir um corpo que rompe com a previsibilidade do espetáculo circense. O encontro entre amigos é a possibilidade de produzir a diferença, para além do reforço das identidades, abre-se para as relações entre quem dirige, quem atua e quem assiste; Na Esquina é o ponto de partida para outros lugares.Gênero: Circo. (60min)
Classificação etária: Livre

11/08 (sex), 17h, no Centro de Florianópolis: Intervenção “Dilúvio MA”, com ECOPOÉTICA: Arte e Sustentabilidade em Intervenções Urbanas (Porto Alegre/RS)
Sinopse: MA no ZEN-budismo significa “vazio”, ou ainda “espaço entre as coisas”. A intervenção urbana DILÚVIO MA traz os performers suspensos no interior de uma rede cheia de lixo, balançando durante algumas horas sobre espaços da cidade carentes de cuidado e atenção. Habitando o interior da instalação de lixo com composições coreográficas e práticas meditativas, os performers estabelecem uma relação de contra fluxo ao ritmo urbano. A intervenção chama atenção para a responsabilidade com tudo aquilo que descartamos e para a urgência no tratamento de questões ambientais e sanitárias que deveriam ser prioritárias à saúde urbana.Gênero: Intervenção Urbana. (2 horas)
Classificação etária: Livre

12/08 (sáb), às 20h, no Teatro Sesc Prainha: Espetáculo “Cinzas ao solo”, com Alexandre Américo (Natal/RN)
Sinopse: Esta obra pretende tematizar o entendimento de dança do próprio bailarino. Ao utilizar a metáfora do homem que caminha devorando o “mundo”, o intérprete inicia a busca pela sensação de comunhão com o todo, de ancestralidade, de atemporalidade. Em seu percurso criativo, o bailarino mergulhou em diversos locais de natureza exuberante, lugares sagrados quase nunca tocados, lugares de silencio e força… Na tentativa de tocar o invisível, de encontrar o “ancestral”, o primeiro e o último homem que dançou. Gênero: Dança. (32min)
Classificação etária: Livre

13/08 (dom), às 15h, na Praça Bento Silvério – Lagoa da Conceição: Espetáculo “Ninhos”, com Balangandança Cia (São Paulo/SP)
Sinopse: “Ninhos” parte da ideia do lugar onde tudo começa e pode retornar. Imagens e poesias de movimento apresentam “ninhos” como lugar de apoio e base para os voos, descobertas, passeios. Brincadeiras de crianças confundem-se com movimentos de animais, remetendo à similaridade entre os movimentos de diferentes espécies. Neste jogo, os ninhos são os espaços de recolhimento onde são fortalecidas relações mais sutis, íntimas e subjetivas, tão importantes para a criança. (50min)
Classificação etária: Livre

17/08 (qui), às 20h, no Teatro Sesc Prainha: Espetáculo: “À beira de…”, com Silvia Moura (Fortaleza/CE)
Sinopse: BEIRA DE… Um estado… momentâneo ou não. Estarrecedor. A necessidade de estancar para daí conseguir falar sobre algo ou sobre uma sensação causada por várias insatisfações. Esse trabalho trata da busca por um estado de presença que estabeleça com o público uma relação de casualidade. O público ilumina o espetáculo e é levado a procurar um lugar para conseguir ver o trabalho da forma que lhe for menos arriscado. É proposto ao público segurar objetos que poder cair, escolher um lugar para ficar, escolher que parte deve ser iluminada do trabalho, a interação direta com o público é parte da composição do trabalho (50min)
Classificação etária: Livre

22/08 (ter), às 20h, no Teatro Álvaro de Carvalho (TAC): Espetáculo “Abrazo”, com Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare (Natal/RN)
Sinopse: Segunda parte da Trilogia Latino americana dos Clowns de Shakespeare (as outras são Nuestra Senhora de Las Nuvens e Dois Amores y um Bicho), Abrazo é uma obra voltada para o público infanto-juvenil, que pode ser assistido por crianças e adultos de todas as idades. Num lugar em que não é permitido abraçar, personagens atravessam um quadrado contando histórias de encontros, despedidas, opressão, exílio e, porque não, de afeto e liberdade. O espetáculo não verbal, conta com a música e vídos de animação especialmente criados para narrar essa aventura que teve como ponto de partida a obra “O Livro dos Abraços”, de Eduardo Galeano. Gênero: Teatro Infantojuvenil. (55min)
Classificação etária: Livre

30/08 (qua), às 20h, no Teatro Sesc Prainha: Espetáculo: “Evocando os mortos – Poéticas da experiência”, com Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz (Porto Alegre/RS)
Sinopse: A desmontagem “Evocando os mortos – Poéticas da experiência” refaz o caminho da atriz Tânia Faria na criação de personagens emblemáticos da dramaturgia contemporânea. Constitui um olhar sobre as discussões de Gênero, abordando a violência contra a mulher em suas variantes, questões que passaram a ocupar centralmente o trabalho de criação do grupo Ói Nóis Aqui Traveiz. Desvelando os processos de criação de diferentes personagens, a atriz deixa ver quanto as suas vivências pessoais e do coletivo Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz atravessam os mecanismos de criação. (90min)
Classificação etária: Livre

31/08 (qui), às 15h, na Praça Tancredo Neves – próximo ao Sesc Prainha: Espetáculo “Caliban – A Tempestade de Augusto Boal”, com Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz (Porto Alegre/RS)
Sinopse: Para dar continuidade à pesquisa de teatro de rua, o Ói Nóis escolheu a versão de Augusto Boal de “A Tempestade”. Ele apropria-se da peça de Shakespeare e do pensamento do cubano Retamar para questionar a exploração da América do Sul pelo colonialismo europeu e para discutir a postura neocolonialista dos Estados Unidos. A figura de Caliban em “A Tempestade”, de Boal, ratifica a fundação mais firme de uma representação voltada para as margens. Falar em Caliban como símbolo de nossa identidade e do teatro latino-americano, nos leva a explorar novas sendas, novas categorias e a possibilidade de pensar e fazer teatro de outro modo. Implica em tornar visíveis as inumeráveis contradições e complexidades que configuram as sociedades contemporâneas marcadas pela ferida colonial. Para o Ói Nóis Aqui Traveiz, encenar “A Tempestade de Augusto Boal” é gerar outros discursos, histórias e narrativas, produzir e reconhecer outros lugares de enunciação. Caliba é a reivindicação da legitimidade do “diferente”. Gênero: Teatro de Rua/ Teatro épico. (90min)
Classificação etária: Livre