Vamos falar sobre a qualidade dos teatros infantis?

No último domingo aconteceu um episódio que nos levou a refletir muito sobre a missão e o papel do Floripinhas na divulgação de atrações culturais. Fomos assistir ao espetáculo “Masha e o Urso”, e o que encontramos foi um festival de amadorismo, propaganda enganosa e exploração. Confira o relato aqui.

Como um veículo de divulgação de atrações culturais para crianças, nos sentimos na obrigação de compartilhar essa péssima experiência, e o resultado foi melhor (e ao mesmo tempo desanimador) do que esperávamos! Diversas pessoas comentaram no post, tanto no Facebook quanto no Instagram, sobre experiências igualmente terríveis que tiveram em outros espetáculos que passaram pela cidade: “Patrulha Canina”, “Pepa Pig”, “Toy Story”. Em comum, todos esses espetáculos se aproveitam da fama de personagens infantis, e o que apresentam são atores despreparados, cenários mal feitos, roteiro que subestima a inteligência das crianças, falas dubladas… O que só nos faz concluir que esses produtores teatrais exploram os temas infantis como verdadeiros caça-níqueis, e os pais acabam caindo nessa por conta da paixão das crianças pelos personagens.

Assim como o Theo, as outras crianças que foram na Masha e em outros espetáculos do tipo não se dão conta da péssima qualidade, eles ficam encantados por ver ao vivo um personagem que só aparece através da tela. Mas até que ponto isso é positivo para eles? Sem dúvida eles vão aproveitar muito mais um espetáculo de ótima qualidade, seja ele de personagens ou não.

Isso sem contar os preços abusivos que esses espetáculos cobram: 40, 50, 60 reais um ingresso! Nada contra pagar um valor alto por um produto cultural, desde que seja entregue algo de qualidade. Mas pagar esse preço por uma peça que a gente não veria nem de graça, é um absurdo!

Além de tudo isso, eles ainda são espetáculos piratas, que nem tem direito ao uso desses temas! As imagens veiculadas no site de venda dos ingressos nada tinham a ver com o espetáculo apresentado. Estamos falando de propaganda enganosa, apropriação indevida de imagem! A vontade é entrar com um processo e pedir o dinheiro de volta. Mas contra quem? Os nomes dessas produtoras raramente aparecem!!

Veja bem: estamos falando dos espetáculos piratas que vêm para nossa cidade. Existem sim produções teatrais licenciadas que aproveitam a fama dos personagens. Essas por sua vez têm autorização para atuar, são de qualidade e devem – e merecem – ser pomovidas!
Mas e agora, como podemos nos proteger disso tudo?

Bom, todo esse episódio nos fez refletir sobre o nosso papel como veículo de divulgação cultural. Nós precisamos alertar outros pais para que não caiam nessa! Aqui, reforçamos nosso compromisso assumido desde quando criamos o Floripinhas, que é o de promover o acesso à cultura pelas crianças e fortalecer as produções locais. Queremos promover um verdadeiro boicote a esses espetáculos que subestimam nossa inteligência! Precisamos saber diferenciar uma peça pirata de uma realmente licenciada.

Algumas lições que aprendemos foram:

#1 valorizar as produções locais (os artistas da nossa cidade estão produzindo espetáculos incríveis, normalmente a preços acessíveis e até gratuitos)

#2 pesquise antes de comprar (verifique quem são os produtores desse espetáculo, se ele é realmente licenciado. Dica: se não tiver ficha técnica, evite)

#3 se é oficial, não é oficial! (as produções piratas normalmente usam a palavra “oficial” como estratégia de marketing)
Fica a dica!

Contem com a gente para desmascarar esses espetáculos piratas, e contamos com vocês para nos ajudar nessa missão!

EM TEMPO: após a publicação deste post, a HK Entretenimento, responsável pela licença de “Masha e o Urso” entrou em contato conosco para esclarecer que o Tour oficial estreia no Brasil somente no dia 26 de março no Espírito Santo. A agenda deles é divulgada na página https://www.facebook.com/mashaeoursolive/